quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Woodstock no Brasil, tentativas frustantes

Por Raphaela Curty
Os brasileiros também tiveram suas inspirações no Woodstock de 69 e quiseram reviver o tão famoso evento. Uma dessas edições ocorreu em 1971, em Guarapari, no Espírito Santo, e foi nomeada “Festival de Verão de Guarapari”. A imprensa da época foi até o local cobrir o evento, que passou longe de simular o festival original. Não só a falta de recursos sonoros, de luz e telefone foram precários, como o público foi pequeno. Apenas quatro mil pessoas compareceram, e entre estes, não havia nenhum hippie, pois os mesmos foram proibidos de comparecer, por serem considerados sujos demais.
Outra imitação ocorreu em uma fazenda chamada Santa Virgínia, na cidade de Lacanga, interior de São Paulo. O chamado “Festival de Águas Claras” foi apresentado em quatro edições: 1975, 1981, 1983 e 1984. As idéias de proclamar Paz e Amor continuaram presentes nestes eventos, mas de formas diferentes. A era hippie tinha chegado ao seu fim e os shows foram de cantores de rock 'n' roll como Raul Seixas, passando pela MPB com Gilberto Gil, forró com Luiz Gonzaga, entre outros. Foi uma variedade de ritmos, mas que passou longe de parecer com o Woodstock de 69.
Depois de tentativas frustrantes da realização do evento Woodstock no Brasil, o dono da marca Woodstock, Michael Lang, que ajudou na organização das versões de 1994 e 1999 em Nova York, pretende lançar uma versão oficial brasileira, com a produtora Ana Luiza Anjos. Após 40 anos do original cogitam a possibilidade de alegrar os brasileiros e comemorar em grande estilo. Não há confirmação de que isso ocorra, mas um local possível seria em Cachoeiras de Macacu, Rj.
O certo é que com o passar dos anos a juventude mude as tendências e as modas. E é nessas mudanças, ou como muitos alegam, falta de ideais, que esses jovens usam drogas e ficam por mais de doze horas ouvindo as batidas de música eletrônica. Uma curiosidade nisso tudo é a ligação que eles mesmos fazem dessas festas com o Woodstock, e chegam a alegar que as raves seriam uma “evolução” do evento de 69, pelas músicas, o ambiente, o amor, as drogas e a paz. Apesar de todas essas mudanças, ainda é bem visível nos mais novos as saudades de 40 anos atrás, mesmo sem ter vivido e a importância que aqueles três dias ainda tem.

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