Por Adriana Gomes, Solange da Silva, Gláucia Helena Vieira e Juliana Azevedo
São jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento; na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano.
As raves como um Woodstock do século XXI, apresentam como imagens fotográficas, um pouco da cultura que envolve esse cenário eletrônico e o comportamento de seus freqüentadores. O real objetivo desse trabalho é desmistificar a imagem que as festas eletrônicas adquiriram e mostrar que, assim como Woodstock na década de 60, essa nova cultura está surgindo para quebrar alguns paradigmas impostos pela sociedade.
O principal marco histórico da cultura “hippie” foi “Woodstock”, um grande festival realizado no estado de Nova Iorque, em 1969, quando jovens libertários organizaram uma festa para aproximadamente meio milhão de pessoas, e que teve a participação de artistas com diversos estilos musicais, como o folk, o “rock’n’roll” e o blues, todos de alguma forma ligados às críticas e à contestação do movimento.
Os jovens, antagonicamente aos atuais, atravessavam o rio do compromisso, defendendo diversas bandeiras: Não violência; Não à guerra do Vietnã; Contracultura; Legalização das drogas; etc. Os participantes e organizadores, foram taxados de drogados, vagabundos, e outros adjetivos pejorativos, e o local do evento foi considerado de calamidade pública pelo governo. Esses e outros tradicionais shows, atraem tantos jovens quantos os que estiveram presentes em grandes festivais de música atuais, como as raves, e o Rock'n'Rio.
A geração de 1968 ficou marcada, entre outras coisas, por seus slogans. “A imaginação no poder”, “Não confie em ninguém com mais de trinta anos”, “É proibido proibir”, “A humanidade só será feliz quando o último capitalista for enforcado com as tripas do último esquerdista”, são alguns exemplos. Esses jovens pensavam estar fazendo uma revolução política. Na verdade fizeram uma revolução sexual e comportamental. Era de ouro nas relações sexuais, quando não precisava usar camisinha...
Woodstock seria uma rave de 1969? As raves que acontecem no Brasil estão refletindo um período de mudanças muito grande. Porque nos anos 60 e 70 foi Woodstock, que representou um rompimento e uma quebra de paradigmas. Atualmente as raves são “o Woodstock eletrônico”, de cara nova, mas espelhando uma situação semelhante, de mudanças planetárias. Elas chegam como algo agressivo, porém, nada mais é do que um movimento natural - a vida. Na rave todos dançam juntos, sem necessidade de se compreenderem. A dança é livre, de acordo com o seu jeito de sentir a música. É um verdadeiro movimento musical, uma grande catarse coletiva. Woodstock rompeu com uma cultura, de educação e valores. Agora, os filhos daquela geração, estão rompendo de novo e fazendo suas próprias descobertas.
Lembrança de Woodstock... Seria uma volta? O que esse tipo de evento atrai nesses jovens? Onde estariam Janis Joplin, Joe Cocker, Jimi Hendrix? A música era marcada pela significação. Hoje o palco lembra um altar, onde o DJ (Disk Jockey) reina para o público. Não há letras, só a batida sempre igual, como uma cantiga tribal, uma espécie de mantra. O DJ mobiliza 15 mil pessoas, mas, aparentemente, elas não se importam com o que acontece naquele palco, só interessa o som. E o copo na mão. Ou o cigarro. E quem está do lado - para dançar junto, abraçar, exibir-se com malabaris, mostrar o corpo e suas habilidades. Há quem dance sozinho. Muitos parecem em transe.
São jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento; na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano.
As raves como um Woodstock do século XXI, apresentam como imagens fotográficas, um pouco da cultura que envolve esse cenário eletrônico e o comportamento de seus freqüentadores. O real objetivo desse trabalho é desmistificar a imagem que as festas eletrônicas adquiriram e mostrar que, assim como Woodstock na década de 60, essa nova cultura está surgindo para quebrar alguns paradigmas impostos pela sociedade.
O principal marco histórico da cultura “hippie” foi “Woodstock”, um grande festival realizado no estado de Nova Iorque, em 1969, quando jovens libertários organizaram uma festa para aproximadamente meio milhão de pessoas, e que teve a participação de artistas com diversos estilos musicais, como o folk, o “rock’n’roll” e o blues, todos de alguma forma ligados às críticas e à contestação do movimento.
Os jovens, antagonicamente aos atuais, atravessavam o rio do compromisso, defendendo diversas bandeiras: Não violência; Não à guerra do Vietnã; Contracultura; Legalização das drogas; etc. Os participantes e organizadores, foram taxados de drogados, vagabundos, e outros adjetivos pejorativos, e o local do evento foi considerado de calamidade pública pelo governo. Esses e outros tradicionais shows, atraem tantos jovens quantos os que estiveram presentes em grandes festivais de música atuais, como as raves, e o Rock'n'Rio.
A geração de 1968 ficou marcada, entre outras coisas, por seus slogans. “A imaginação no poder”, “Não confie em ninguém com mais de trinta anos”, “É proibido proibir”, “A humanidade só será feliz quando o último capitalista for enforcado com as tripas do último esquerdista”, são alguns exemplos. Esses jovens pensavam estar fazendo uma revolução política. Na verdade fizeram uma revolução sexual e comportamental. Era de ouro nas relações sexuais, quando não precisava usar camisinha...
Woodstock seria uma rave de 1969? As raves que acontecem no Brasil estão refletindo um período de mudanças muito grande. Porque nos anos 60 e 70 foi Woodstock, que representou um rompimento e uma quebra de paradigmas. Atualmente as raves são “o Woodstock eletrônico”, de cara nova, mas espelhando uma situação semelhante, de mudanças planetárias. Elas chegam como algo agressivo, porém, nada mais é do que um movimento natural - a vida. Na rave todos dançam juntos, sem necessidade de se compreenderem. A dança é livre, de acordo com o seu jeito de sentir a música. É um verdadeiro movimento musical, uma grande catarse coletiva. Woodstock rompeu com uma cultura, de educação e valores. Agora, os filhos daquela geração, estão rompendo de novo e fazendo suas próprias descobertas.
Lembrança de Woodstock... Seria uma volta? O que esse tipo de evento atrai nesses jovens? Onde estariam Janis Joplin, Joe Cocker, Jimi Hendrix? A música era marcada pela significação. Hoje o palco lembra um altar, onde o DJ (Disk Jockey) reina para o público. Não há letras, só a batida sempre igual, como uma cantiga tribal, uma espécie de mantra. O DJ mobiliza 15 mil pessoas, mas, aparentemente, elas não se importam com o que acontece naquele palco, só interessa o som. E o copo na mão. Ou o cigarro. E quem está do lado - para dançar junto, abraçar, exibir-se com malabaris, mostrar o corpo e suas habilidades. Há quem dance sozinho. Muitos parecem em transe.
Ressalta-se um fenômeno que sempre esteve presente na cultura e nos rituais xamânicos: a música. Os instrumentos musicais, como os tambores, chocalhos, sempre foram usados para induzir as pessoas ao transe, tocando o corpo de um modo que está além das palavras. O tambor associado a cânticos, sinos, e outros instrumentos criam um ambiente muito propício para o transe.
Se na época de Woodstock o laço social era marcado pela rebeldia e a música marcada pela significação, agora os jovens inventam nova forma de associação e a música não diz, apenas toca. Já imaginou juntar mais de 30 mil pessoas, em lugares distantes da “cidade grande” e, com praticamente nenhuma divulgação da mídia oficial?
O termo RAVE foi originalmente usado por caribenhos de Londres, em 1960, para predominar sua festa local. Talvez por isso nas raves se encontram boas lembranças do movimento “hippie”, principalmente pela atmosfera de “Paz e Amor”, que paira sobre as festas. E esse é o ponto forte, as coisas mais parecidas com Woodstock . Numa rave o espírito “hippie” ainda existe, como uma herança. São jovens coloridos, com rostos pintados, alegres, jogando malabaris, pulando, se tocando, sentindo o semelhante, sem qualquer sensualidade. E, por esse motivo, era de se esperar que começassem a ser estudadas pelos pesquisadores, dentro das universidades.
Quem pensava que as raves eram locais em que se pode fazer de tudo, vai se surpreender com a conclusão a que esse trabalho chegou. As raves de hoje, especialmente as mega raves, NÃO podem ser enquadradas no conceito de Zonas Autônomas Temporárias. Para muitos a palavra rave está ligada diretamente ao consumo de drogas, e é inimaginável ligar esse termo com cultura, trabalho e comportamento. Isso se deve ao fato delas não conhecerem o que é realmente uma rave, e terem a imagem distorcida das festas, graças à propaganda negativa divulgada na imprensa.
E, ao falar da festa rave, é também falar sobre seus freqüentadores, ou seja, os jovens. A juventude, dos anos 80 aos atuais, mostra a ausência de ideologias. Por coincidência ou não, o início das festas raves foi na década de 80, quando o mundo conhecia o colapso do comunismo e ascensão do capitalismo. O Brasil saia de um regime militar ditatorial, mais conhecido pela fuga dos cérebros, dos intelectuais; e quando a educação era modelada por tecnocratas.
E a liberdade, onde fica nisso tudo? Parece que ela só existe mesmo na cabeça do público. Mas, é aí que aparece o nó, porque, no fundo, não é a sensação de liberdade, a idéia de que na rave as pessoas vão poder fazer o que der na telha. O que leva tanta gente a essas festas? Como se trata de uma manifestação que foge às regras e normas, ditas sociais, possibilita que, longe da vida social do trabalho, da ordem e da lei, as pessoas entrem em contato com experiências únicas e profundas, faz com que as festas e os festivais de transe psicodélico sejam reprimidos. Mas esse “mal”, como a sociedade rotula as raves, não passa de um reflexo de medo do que é novo, diferente, e que traz em si uma expressão de rebeldia e transgressão à “ordem social” vigente. Esse fenômeno global deixa explícito que o reprimido sempre volta. E, numa sociedade que teve o corpo e a consciência reprimidos por muito tempo, o “surto” agora são as raves e seus freqüentadores.
Entre as principais diferenças de Woodstock e raves encontra-se o fato de que a "geração do milênio", ou seja, dos jovens que adentraram pelos anos 2000 iniciando suas vidas adultas, tem diante de si um futuro incerto. É uma geração sem garantias. Não sabem até quando o planeta estará vivo, ou quando haverá água pra beber. Essa geração está muito mais preocupada com o presente do que com o futuro. Está querendo viver o aqui e o agora, no famoso “Carpe Diem". A geração de 68, ao contrário, tinha o futuro pela frente, tinha projeto. E, diferente da proposta de 69, os jovens de hoje não têm uma proposta. Hoje é tudo muito mais rápido, existe a internet. Vivemos uma época de grandes mudanças. Nossa revolução cultural é a condição necessária para a revolução política.
Saiba mais: http://www.psicodelia.org/videos/raves-o-woodstock-do-seculo-xxi
2 comentários:
Olá Senhores ´e de muiito Bom grato que li seu post sobre as raves e a correlação com Woodstock de 69.
Muito bem,deve se ressaltar todos os aspectos positivos da rave em resgatar valores do P.L.U.R(PEACE,LOVE,UNION,RESPECT),e acredito que as festas raves com toda essa concepçaõ mais profunda,tem sim como transformar toda uma cultura a sair do artificial e reciclável para algo mais duradouro e harmonioso que é o Amor as pessoas em geral ,sempre cuidando da natureza e vivendo em harmonia.
Visitem meu blog
http://francoemblog.blogspot.com
Fiquem Com Deus!
A coisa não é tão assim apresentada sobre as raves e os festivais de rock, particularmente Woodstock.A maioria de galera que vão (ou foram)foi mais que tudo em busca de aventura e experimentações.Participei de várias raves e festivais de rock e o que mais impera como ordem são as drogas, a música,a liberdade e a vontade que aquilo nunca termine.Quanto ao lado cultural da coisa, isso é desenvolvido pelos mais conscientes e informados, que organizam os eventos em si.No fim de tudo a maioria dos frequentadores acabam virando pessoas não-tão-comuns, constituindo famílias, trabalhando, correndo atrás,virando mais um cidadão.Com a diferença que importa são as experiências (emotivas/psíquicas)que se adquirem nesses eventos.Só.Poucos são os que realmente farão diferenças ao meio social de uma forma positiva.Mas o ingrediente básico desses acontecimentos são as drogas, pois sem elas a coisa fica apenas um lazer legal.Pena que nem todos (ou a maioria)não tem a evolução suficiente para usarem as ditas cujas, no qual acaba virando apenas uma curtição.Assim o mundo continua sendo um lugar onde se convive com as infinitas diferenças, mas de uma forma humana e .....capitalista.E viva o ocidente!!
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