sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Joel Macedo fala sobre Woodstock, o apogeu das tribos dos anos 60

Por Daniel Levi

Joel Macedo, jornalista e escritor, começou sua carreira trabalhando no extinto jornal Última Hora. Era o ano de 1968, e Joel, então com 20 anos, se envolveu com os movimentos estudantis, já que tinha amigos naquela liderança. Utilizou várias vezes o exercício jornalístico em prol de sua crença de liberdade, chegando a usar o carro do jornal para permitir que líderes pudessem escapar da polícia.

Até que o cerco se fechou, foi decretado o AI-5 e Joel embarcou para os Estados Unidos, iniciando uma carreira internacional. Uma vez lá, “desbundou” com o movimento hippie e, logo após, largou o jornal. Joel começou a levar o hippie way of life e fez uma imersão total. Tão grande que fez com que sua mulher voltasse para o Brasil e o deixasse por lá.

Joel aproveitou tudo o quanto pôde, abusando em todos os sentidos. Presenciou, in loco, o fim do sonho, admitido por Lennon. Foi a festivais, conheceu muita gente, se divertiu e, principalmente, aprendeu para valer. E essa é a história – ainda que romanceada – de seu recém-lançado livro, “Albatroz”. Ficcional e autobiográfico, o romance trata do encontro das tribos durante os anos 60. O ápice deste movimento – e deste momento histórico – foi, sem dúvida, o Festival de Woodstock.

Música de lado – se é que podemos deixar de lado artistas como Jimi Hendrix, The Who, Janis Joplin, Santana, Crosby Stills & Nash etc -, a celebração sem precedentes de amor livre, do uso de drogas e da paz foi tão surpreendente que os responsáveis liberaram geral depois que algumas cercas foram derrubadas por pessoas sem ingressos.

Com 350 mil pessoas numa fazenda, toda a área ao redor ficou inexpugnável. Ninguém conseguia mais entrar, nem sair, já no segundo dia do festival. A comida havia acabado, assim como a água, e o mestre de cerimônia anunciava: “- Cuidado com o ácido! Estão passando ácido ruim! Cuidado, comprem outro”. Com a guerra do Vietnã explodindo, em um festival totalmente anti-Guerra do Vietnã, helicópteros do exército eram saudados quando chegavam com mantimentos, aos anúncios de “Eles sacaram também, bicho”.

Que Joel sacou, não há a mínima dúvida. No vídeo, Joel fala sobre sua carreira, sua vida na Califórnia, sobre o movimento hippie, Woodstock, “Albatroz”, e otras cositas más. Foi um prazer entrevistá-lo, e muito doloroso ter que deixar de fora quase 25 minutos de material. Longe de serem suficientes, os 9 minutos do vídeo, entretanto, servem para que, quem não o conhece, passe a conhecer Joel Macedo.

Com a palavra, Joel:

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

BLOOGSTOCK vai à Saquerema entrevistar Serguei, o anjo maldito

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Produção e Entrevista: Daniel Ferreira, Gisele Bastos, Marcella Tovar, Renata Soneghetti, Ricardo Sa e Thammy Azeredo
Colaboração: Bergue Rocha


Com uma câmera na mão e muitas (muitas!) curiosidades na cabeça, pegamos um ônibus na rodoviária do Rio. Caímos na estrada rumo à Saquarema para entrevistar um cara que esteve em Woodstock. Sérgio Augusto Bustamante, o Serguei, recebeu a gente super-bem em sua casa-museu, o Templo do Rock’n roll no Brasil. Conversou com a gente sobre o Festival, juventude, drogas, Janis Joplin e muitas outras coisas.

Confira a entrevista com o divino do rock! Com vocês... SERGUEI


Parte 1


Parte 2

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A Feira de Ipanema fez 40 anos e SERGUEI esteve lá, veja aqui
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Saiba mais sobre Serguei, clicando aqui
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Namoradas de Hendrix?

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As Alunas Fernanda Falcão, Clarisse Chalréo, Hanna Wajsfeld, Liana Raquel, Martha Bacci, Juliana Trotta, Michelle Teixeira, Sophie Khuri, criaram um blog paralelo, chamado Namoradas de Hendrix, para falar de Woodstock de uma forma, digamos "feminina", falando de Moda e afins.

O conteúdo pode ser conferido neste endereço www.namodadebloogstock.blogspot.com/
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BLOOGSTOCK na Revista EMBRANCO

Por Rodrigo Araujo

A revista EMBRANCO, através do nosso amigo Thiago da Mata, publicou nesta quarta-feira em seu site, uma nota sobre o BLOOGSTOCK e os 40 anos de Woodstock.
Para quem não conhece a revista, cuja distribuição é gratuita, pode dar uma passadinha neste endereço: http://www.revistaembranco.com.br/ ou encontrar um exemplar nas melhores faculdades

Woodstock 99

Por Caio Areosa

Pela comemoração dos 30 anos do festival original, foi organizado o Woodstock 99, mais uma vez no estado de Nova York. Na ocasião, como já existia a televisão, o festival teve transmissão ao vivo pela MTV, porém o fato não deixou de levar ao evento mais de 200 mil pessoas.
Com participação de algumas bandas de peso, como Rage Against the Machine (com grande destaque), Red Hot Chili Peppers e Jamiroquai, bem como os astros já consagrados James Brown e George Clinton, o festival tinha tudo para ser um sucesso. Mas, algumas brigas e um incêndio de proporção gigantesca foi o que marcou o espetáculo.
A briga começou durante o show do Limp Bizkit e, com a intenção de promover a paz, algumas pessoas distribuíram velas para o público, o que se mostrou uma péssima idéia. Na apresentação do grupo Red Hot Chili Peppers, o fogo tomou conta de parte da pista, ironicamente enquanto a banda tocava “Fire”, de Jimi Hendrix.
A confusão só foi controlada com a entrada da polícia, obrigada a agir com certa violência contra a platéia, curtindo dançar ao redor do fogo. No final, mais uma tentativa frustrada de reviver o espírito de 1969

domingo, 7 de dezembro de 2008

Woodstock - Três dias de Paz, Música e Amor

Documentário acompanha o evento desde a montagem dos palcos até a finalização do evento

Por Cristiane Cunha, Fernanda Tirre, Juliana Trajano e Rodrigo Araújo

O Festival Woodstock tomou proporções gigantescas, que nem os próprios produtores tinham idéia da dimensão. Mas para nossa sorte, para que pudéssemos presenciar de certa forma essas cenas e essa adrenalina, existia uma equipe filmando todo o evento, inclusive as cenas de amor e uso de drogas. O resultado foi um ótimo retrato sobre a juventude da época - o que pensavam e como se comportavam.
O filme “Woodstock – Três dias de Paz, Música e Amor”, dirigido por Michael Wadleigh, foi lançado um ano depois do evento, mas não trazia músicas de todos os presentes no festival. Algumas das ausências mais sentidas foram as de Janis, Creedence e Johnny Winter. Mesmo assim, o filme tornou-se um marco por tudo que apresentava.
O Filme foi ganhador do Oscar da Academia, pois retratou muito bem, com imagens, som e vídeos exclusivos do festival. Além da originalidade, mais de 40 minutos inéditos foram incorporados ao filme, que mostrou uma época e uma geração que o mundo inteiro teve a oportunidade de ver, mas que somente alguns viram tão de perto. O documentário acompanha o evento desde a montagem dos palcos até a finalização do evento. Existem várias entrevistas como a com o chefe da polícia e habitantes da pequena localidade onde ocorreu o festival, o dono da fazenda onde aconteceu o evento, jovens assistindo o concerto, funcionário responsável pelas casas de banho, entre outros.
Uma versão do diretor foi lançada em 1994, acrescentando algumas músicas que não constavam no original, inclusive trechos da apresentação de Janis Joplin. No mesmo ano foi lançado um especial de televisão chamado Díário de Woodstock, em três partes, com pelo menos uma música da maioria dos artistas e bandas que se apresentaram. No Brasil, foi lançado em 3 DVDs separados, vendidos em banca.
Algumas cenas. como a de consumo de drogas, estão presentes no documentário. O consumo de drogas no festival foi muito questionado e visível no filme. As pessoas estavam entregues, algumas faziam sandices, estavam completamente loucas. Esse tipo de acontecimento está presente até hoje nos festivais e shows de rock em toda parte do mundo. O sexo também estava presente em Woodstock, e a maioria das pessoas estava transtornada pelo uso dessa química. Esse assunto algumas vezes deixa de ser compreensível, pois num festival daquele porte, com toda adrenalina do evento, com pessoas vibrando com a música, com todas essas sensações, por que recorreram a estímulos químicos e artificiais? Algumas questões são difíceis de serem explicadas, mas por incrível que pareça, Woodstock foi um evento calmo para o seu tamanho, apenas três mortes foram divulgadas ao fim do evento, mas também três nascimentos foram registrados.
Outras cenas marcantes foram mostradas e que nada tinham de bonitas para serem apreciadas. A falta de comida, condições sanitárias precárias, quase inexistentes, perdas de bens, amigos etc. Apesar disso tudo, não foi comunicado nenhum crime violento na região e nenhum caso de roubo ou invasão a domicílios nas casas vizinhas. A ação da polícia limitou-se à apreensão de drogas e pequenos casos, somente. Com esses acontecimentos, muita coisa pode ser aprendida. As pessoas tiveram a oportunidade de aprender o verdadeiro significado das palavras: dividir, ajudar, considerar, respeitar.
Durante quatro dias, o local se tornou uma mini-nação contra-cultural, na qual as mentes estavam abertas, drogas eram o que havia de mais legal e o amor era "livre". A música começou na tarde de 15 de agosto, sexta-feira, às 17:07h e continuou até a metade da manhã do dia 18 de agosto, segunda-feira. O festival fechou a via expressa do Estado de Nova Iorque e criou um dos piores engarrafamentos da nação. Mas tudo valeu a pena.
Confira o traller do filme:


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sábado, 6 de dezembro de 2008

Woodstock imortalizado em forma de museu

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Por Caroline Brandão Guerra
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Para os que não tiveram a oportunidade de vivenciar o festival de Woodstock, o Museum at Bethel Woods, situado exatamente na fazenda onde há 39 anos ocorreu o festival, reúne uma série de artefatos para explorar a experiência singular do maior evento de contracultura dos anos 60 e o auge da era hippie.
A compra da fazenda, em Bethel Woods, Nova York, há dois anos por Alan Gerry, magnata local e dono de uma rede de televisão a cabo nacional, permitiu o investimento de 100 milhões de dólares para a construção do museu e seus anexos, inaugurado em 2 de junho de 2008. Segundo seus idealizadores, a iniciativa visa promover o desenvolvimento turístico de uma região atingida pelo desemprego.
Quatro décadas após os “hippies”, os atuais “yuppies”, "flower children" e as gerações futuras poderão tomar conhecimento de como foram os três dias de música, paz, amor e lama. O museu conta com fotos, ônibus pintados com motivos do “Flower Power”, filmes da época, displays interativos e uma sala de cinema com surround-sound, onde é transmitido o filme "Woodstock: The music". Além de destacar os ideais de uma época marcada pela oposição à Guerra do Vietnã, que dividia o país.
Artie Kornfeld, porta-voz da Woodstock Preservation Alliance, lamentou a construção, acreditando que o comércio prevaleceu sobre os ideais preservados na época, onde o dinheiro e o poder eram abominados. “Durante anos a organização vinha fazendo campanhas para que o local em que foi realizado o festival - a fazenda de Max Yasgur - fosse preservado”, comenta Kornfeld.
Os interessados em conhecer o museu pagam 13 dólares. Pessoas com mais de 65 anos, faixa que deve incluir muitos dos que assistiram à Feira de Música e Arte de Woodstock, pagam 11 dólares.

Woodstock e o sentimento de liberdade

Por Tatiane Duarte, Maíra Lydia e Danilo Marinho
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“Três dias de paz e música”. Foi com esse slogan que quatro jovens idealizaram e realizaram um dos maiores eventos culturais de todos os tempos. Woodstock dividiu opiniões e chocou a sociedade hipócrita e conservadora do final da década de 60. O festival representou um marco no tempo e abriu caminhos para a liberdade que todos nós temos hoje.
A idéia dos jovens revolucionários Artie Kornfeld e Michael Lang, patrocinada por outros dois jovens milionários, John Roberts e Joel Rosenman, alvoroçou o mundo, em uma época onde não havia internet e nem os meios de divulgação atuais. Apostando na força da juventude e na sede de liberdade, esses quatro garotos americanos, completamente avessos a cultura do capitalismo que se instaurava fortemente no país, realizaram o “Festival de Woodstock”.
Foram três dias de amor livre, muito rock e drogas liberadas. Em um primeiro momento, analisando o conceito do festival, muitas pessoas consideraram uma idéia subversiva e absurda, principalmente a liberação do uso de drogas, o que rendeu uma enorme polêmica e esfregou na cara de todo o mundo uma realidade que a sociedade insistia em esconder.
Muito mais do que o amor livre, Woodstock incentivou a troca do sentimento de amor entre os seres humanos, clamando por pessoas mais solidárias e piedosas, implorando pelo fim das guerras. O clima psicodélico incentivou o uso das drogas, não como uma forma de entorpecer, mas sim para aguçar os sentidos, de levar os sentimentos mais puros de cada um à flor da pele.
A maconha, o haxixe, o LSD, o ópio, entre diversas outras drogas, fizeram a cabeça de todo o público do festival, promovendo cenas de harmonia e paz, jamais vistas, num cenário com 500 mil pessoas, nenhuma morte e sem registro de violência. A idéia de cada um não era apenas “entrar em um barato”, muito mais que isso, o desejo de liberdade de expressão pairava no ar e no olhar de cada um, de cada mulher que ansiava por direitos iguais e de cada homem que se recusava a lutar na guerra por ideais em que não acreditava.
A ânsia pela liberdade levou os jovens de Woodstock à pratica do amor livre e do sexo sem culpa, além do uso de drogas em larga escala, principalmente alucinógenas. Essa combinação representou a luta contra a hipocrisia, contra as ditaduras que reinavam em diversas partes do mundo, contra os preconceitos raciais, contra a desigualdade social e contra a voracidade do capitalismo.
Muitos caminhos foram abertos, mas infelizmente, as gerações que se seguiram deixaram a essência da liberdade de expressão se perder nas marcas dos carros, das roupas, no luxo das casas e no preço da vida. O Festival de Woodstock aplaudiu a beleza interior de cada um, com uma trilha sonora de arrepiar, jamais foi reunida novamente.
Talvez muitos daqueles jovens tenham morrido vítimas dessa liberdade desesperada, mas para que nós hoje pudéssemos, mesmo em meio à hipocrisia das leis, ter uma liberdade moderada, eles precisaram se sacrificar e dar tudo de si, todo o amor, a loucura, a paixão, a solidariedade e toda a idéia de paz que seus corações conheciam.Viva cada um que esteve lá e contribuiu para essa revolução! Viva os idealizadores! Viva o público e os grandes músicos que subiram nos palcos, cantaram, tocaram e gritaram com toda a garra que tinham dentro de si pela libertação da mente do mundo!

Diretor de O Segredo de Brokeback Mountain lança em 2009 filme gay sobre Woodstock

Por Julio Marcus Araujo

O cineasta taiwanês Ang Lee prepara para 2009 o lançamento do filme inspirado no livro do escritor americano Elliot Tiber intitulado Taking Woodstock, que irá abordar de uma maneira cômica o lado gay do que foi o maior festival de roque de todos os tempos.
O filme terá o mesmo título do livro, seguindo a verdadeira estória de um homem gay da cidade de Nova Iorque, que esconde sua orientação sexual da própria família. Isso foi visto, por muitos, como o início do moderno movimento de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais (GLBT), ainda muito à frente daquela época. Este homem foi Elliot Tiber, um aspirante designer de interiores, filho dos proprietários de um pequeno motel, no estado de Nova Iorque, e que serviu como acomodação de grande parte dos organizadores do festival de Woodstock, realizado em 1969 na cidade de Bethel, estado de Nova Iorque.

Até então, o festival de Woodstock sempre foi visto como um marco de uma juventude heterossexual, que em 1969, tinha como ideal mudar o mundo e que pregava o lema “sexo, drogas e rock and roll” como filosofia de vida. Mas nunca o lado gay de Woodstock havia sido abordado até então no cinema.
Ang Lee está sendo cauteloso no preparo do filme, pois Tiber, escritor há mais de 35 anos, sempre teve o tom da comédia em suas obras e isso poderia criar personagens gays estereotipados para o longa, coisa que Lee evita fugir, como fez com a produção de "O Segredo de Brokeback Mountain", vencedora de três Oscars, incluindo melhor diretor.
Tiber escreveu e produziu diversas comédias musicais para o teatro, televisão e filmes ao redor do mundo. Também foi dramaturgo para o Teatro Nacional da Bélgica. É professor de comédia escrita e de atuação. Seu primeiro romance, intitulado Rue Haute, foi bestseller na Europa e publicado nos Estados Unidos com o título de High Street. Como humorista, Elliot Tiber apareceu em diversas redes de TV americanas, como a CNN, e com seu show em outros países, tais como França, Inglaterra, Japão, Rússia e Alemanha. Atualmente reside em Nova Iorque e na Califórnia, ao mesmo tempo.
Quem deseja mais informações sobre Elliot Tiber, poderá entrar em contato com o próprio pelo e-mail elliot@elliottiber.com.

Aniversário de 40 anos de Woodstock terá exibição de filmes GLBT

Elliot Tiber também é fundador do Gaystock, evento idealizado para o 1º Festival Internacional de Música e Arte de Ft. Lauderdale, nos Estados Unidos, previsto para agosto de 2009, que terá como foco a projeção, durante 24 horas diárias, de filmes do gênero gay e lésbica, como parte das comemorações dos 40 anos de realização do primeiro festival de Woodstock.
O projeto visa integrar forças de organizações locais e da indústria do
turismo. Locais para sua realização ainda estão em estudo, mas tudo indica que o estado americano da Flórida será o palco para tal, com previsão de receber em torno de 200 mil espectadores

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Serguei, o anjo maldito

Conheça a história e veja a entrevista exclusiva do BLOOGSTOCK
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Texto: Gisele Bastos de Souza

Aos 75 anos, comemorados em 08 de novembro, o carioca e ex-comissário da Varig, Sérgio Augusto Bustamante, o Serguei, é mais do que um cantor veterano do rock nacional. Serguei é uma lenda viva, e não por sua voz. Ficou conhecido quando, em 1967, subiu na estátua do Pequeno Jornaleiro, na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, para dar vivas ao rock e à liberdade de imprensa em pleno regime militar. Fama mesmo veio pelo fato de ter tido um “affair” com a diva americana Janis Joplin, no final de 1969.
Depois de gravar alguns compactos, finalmente lançou o primeiro LP aos 57 anos, com produção do popular Michael Sullivan. No repertório, Satisfaction, dos Rolling Stones; Help dos Beatles, Summertime e Mercedes-Benz de sua musa Janis Joplin. Desde 1982, vive em Saquarema. Desfila até hoje de peruca loira espetada e lentes azuis, espalhando paz e amor e muitas histórias...
Rio de Janeiro, 1971. O roqueiro Serguei encontra com sua ex-namorada Janis Joplin em frente ao Hotel Copacabana Palace, onde ela estava hospedada, e os dois caminham até a Rua Prado Júnior, para ver sua apresentação na boate Holliday, com a atriz Darlene Glória. De repente, Janis se ajoelha na calçada e grita: "Have a pen?". Em seguida, ela desenha sobre o zíper da calça dele um coração com a frase: "Serguei and Janis Joplin - love". Após sua morte, Serguei procurou a velha calça listrada de azul e branco quando, então, ouviu da mãe: "Aquela toda rabiscada? Dei para os pobres".
Sérgio Augusto Bustamante, conheceu a fama quando o compacto Alucinações de Serguei estourou nas rádios, em 1965. Desde então, gravou dez discos, o último em 1991, pela BMG, após elogiada apresentação no festival Rock in Rio II. Oito anos depois, Serguei voltou à cena com o lançamento da biografia Serguei - O Anjo Maldito, de João Henrique Schiller. E planeja lançar seu primeiro CD, Rota 66, com participações de Evandro Mesquita e Roberto Frejat.
Filho de um executivo da IBM, Domingos Bustamante, e da dona de casa Heloísa, Serguei nasceu no Rio de Janeiro e foi criado com os mimos de filho único. "Aos 12 anos disse a meu pai que queria morar nos Estados Unidos, pois não suportava viver num país do terceiro mundo", conta. Foi morar com a avó materna, Lia Anderson, em Long Island, Nova York, onde participou de festivais estudantis.
De volta ao Brasil, em 1955, trabalhou no Banco Boavista, de onde foi despedido. "Ficava amarradão andando de elevador para baixo e para cima”. Foi, então, para a aviação, onde trabalhou como comissário de bordo na Lloyd Aéreo, Cruzeiro do Sul, PanAir e Varig. "Depois de servir passageiros, íamos para a cauda do avião e eu imitava a Dalva de Oliveira e o Elvis Presley", lembra. Na Varig, teve sua segunda demissão. "Estava em Madri e era folga. Pus um perucão maravilhoso e fui dançar. Depois de beber, pulei em cima da mesa onde estava a atriz Gina Lollobrigida, puxei-a pelos quadris, dançamos e tomamos um banho de sangria", diverte-se. Na saída, bêbado, brigou com o dono da boate. "Quando cheguei ao Rio, tinha um relatório na mesa do chefe", conta.
De volta aos Estados Unidos‚ em 1963, ele morou no Village, em Nova York, e cantou em bares. Com suas performances, roupas extravagantes e o rebolado, agradava ao público. "Pouco estudei música", diz. "Mas canto, grito, pulo e requebro”. Nessa época, conheceu Janis Joplin, freqüentou a casa de Jim Morrison, líder do The Doors; foi a Woodstock e viu Jimi Hendrix. "Éramos movidos a incensos e Jack Daniel's", conta.
Quando o pai adoeceu, em 1973, Serguei voltou ao Brasil. A família mudou-se para Saquarema, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, aonde o roqueiro vive. "Fiquei com ele até o fim", conta. "Lia para ele, fazia sua barba”. Há quatro anos, perdeu a mãe. Hoje, não tem rotina, fora os 45 abdominais diários. "Sou vaidoso. Fui um dos primeiros brasileiros a usar interlace nos cabelos", diz ele. Garante que não usa drogas e não abre mão de sua, nada convencional, preferência sexual. Além de homens e mulheres, disse que já transou até com uma árvore.
Muito ligado à natureza, Serguei reside em uma casa que ele mesmo denominou "Templo do Rock". Lá recebe visitantes e mostra objetos, fotos de ídolos e de momentos da sua vida. E é de Saquarema que ele parte para alguns shows pelo Brasil, trabalho que o sustenta há quase 40 anos. Faz shows no Norte e no Nordeste. "Num mês razoável, ganho de R$ 3 mil a R$ 4 mil ", conta. O único rendimento certo são os dois salários mínimos que recebe do INSS como autônomo. Serguei ostenta o título de artista oficial do grupo de motoqueiros Hell's Angels no Brasil. Sua discografia é distribuída para integrantes do Hell's no mundo. Na única vez em que andou de moto, porém, caiu e ficou uma semana no hospital, com um coágulo na cabeça.
Quando o mundo fervia em mudanças, protestos e novos comportamentos, Serguei não flertava com a Jovem Guarda e muito menos com a Bossa Nova, apesar da simpatia pelo Tropicalismo. Ele estava mesmo é sintonizado com a psicodelia que explodia com o 'verão do amor'. Neste clima ele gravou 'Eu Não Volto Mais' (falando no perigo da bomba atômica), 'As Alucinações de Serguei', 'Maria Antonieta Sem Bolinhos' (um clássico!) e 'Sou Psicodélico'. Em 69, gravou o compacto 'Alfa Centauro/Aventura', acompanhado do grupo carioca The Cougars, lançado pelo selo 'Orange', que flertava com a tropicália, mas sem perder a 'acidez' psicodélica. Em 1970, lança o compacto com 'O Burro Cor-de Rosa' e 'Ouriço', produzido por Nelson Motta, com sugestivas letras que lhe renderam alguns "pepinos" com a ditadura.
Desde então, gravou esporadicamente, com destaque para o compacto 'Hell's Angels do Rio' e 'Ventos do Norte', com a banda Cerebelo, lançado em 1983. No ano seguinte, vem mais um compacto com 'Mamãe Não Diga Nada ao Papai' e 'Alergia', produzido por Hernam Torres.O primeiro e único LP veio somente em 1991, depois de uma elogiada apresentação no Rock in Rio II. No disco, além de originais, estão covers para clássicos do rock, como 'Satisfaction', dos Rolling Stones, e uma hilária versão para 'Roll Over Beethoven', que virou 'Rolava Bethânia'. Assim como os compactos, a íntegra do LP permanece inédito em CD.

Woodstock: uma expressão na moda

Por Alessandra Diamante Buregio

O festival de Woodstock de 1969, ditou moda que repercute até os dias atuais. Woodstock influenciou milhares de pessoas a adotar o visual hippie como forma de comportamento, contestação e atitude. Em 1969 o estilo hippie teve a sua maior exposição global com Woodstock, festival que tem sua memória viva, que completa 30 anos.
São 30 anos que o estilo hippie é adotado como moda sempre em alta tendenciosa em qualquer estação do ano. É uma moda que nunca sai de uso e que sempre faz remetir à sua época que foi lançada, consequentemente Woodstock.
Em Woodstock, a moda deu um salto, os primeiros hippies contraculturais rejeitavam o consumismo e olhavam para o Oriente como inspiração religiosa. A devoção a culturas e religiões exóticas foi absorvida também nas roupas. O Oriente exerceu influência e sedução e sob forte inspiração étnica, ciganas, túnicas indianas, estampas florais e símbolos da paz se misturavam ao básico americano, como o jeans e a camiseta.
O domínio foi do “Flower-Power-Hippie” onde os jovens vestiam jeans bordados de flores, pantalonas tipo “Oxford” e saias longas vaporosas até o chão.
Os hippies valorizam o artesanato, a onda do feito à mão valorizou tinturas especiais como o “tie-die” e os trabalhos de “patchwork”. Os sapatos e bolsas tinham aspectos artesanais, próprios de culturas não industrializados. A admiração pelo artesanato manual rende bem até hoje nas feiras hippie como na conhecida feira em Ipanema aos domingos no Rio de Janeiro.
O grande lema da contracultura “Faça amor não faça guerra” influenciou ditando moda. Entre túnicas batik, micros e maxi saias, o jeans surrado e cheio de enfeites era soberano de preferências.
A onda do anti-consumismo deixou os cabelos crescerem em desalinho. Moços e moças usavam os cabelos longos, repartidos ao meio com ar angelical. Os hippies elegeram os brechós como alternativa para agregar ao visual, lembranças nostálgicas dos anos 20 e 30, como os chapéus desabados, veludos e estolas de pluma que viravam manias e muito copiados quando Janis Joplin ou Jimmi Hendrix usavam. Os cantores eram grandes difusores e ditadores da moda.
Para as mulheres, a moda passou a ser romântica e despojada, com cabelos desalinhados, saias longas ou curtíssimas com inspiração indiana, batas e estampas florais ou multicoloridas.
A roupa masculina deixou de ser formal e ganhou toques coloridos e psicodélicos (influência do uso da droga ácido). Próxima ao corpo, tem lapelas largas nos casacos e calças boca-de-sino. As camisas ganham estampas florais inspiradas em ídolos do rock psicodélico. Esta década transformou a roupa masculina, deixando-as mais coloridas e estilizadas.
A moda nessa época tinha uma silhueta romântica, sonhadora e natural. A estética era da flor e do amor. A característica básica dessa moda foi o uso da cor.
Importante enfatizar que introduziu o estilo unissex e seu gosto pelo colorido estava associado à cultura psicodélica. As roupas eram, em geral, estampadas e faziam alusão aos símbolos do movimento paz e amor, além de flor e motivos orientais.Woodstock foi um acontecimento histórico muito importante para moda, onde são usados muitas de suas referências e nas passarelas brasileiras como os vestidos até os pés e a volta das calças com boca larga são uma referência da década de 60. A moda é expressão e atitude e Woodstock é um dos maiores símbolos de movimento de uma geração e por isso a moda hippie foi e continua sendo destacada na história de costumes

Woodstock no Brasil, tentativas frustantes

Por Raphaela Curty
Os brasileiros também tiveram suas inspirações no Woodstock de 69 e quiseram reviver o tão famoso evento. Uma dessas edições ocorreu em 1971, em Guarapari, no Espírito Santo, e foi nomeada “Festival de Verão de Guarapari”. A imprensa da época foi até o local cobrir o evento, que passou longe de simular o festival original. Não só a falta de recursos sonoros, de luz e telefone foram precários, como o público foi pequeno. Apenas quatro mil pessoas compareceram, e entre estes, não havia nenhum hippie, pois os mesmos foram proibidos de comparecer, por serem considerados sujos demais.
Outra imitação ocorreu em uma fazenda chamada Santa Virgínia, na cidade de Lacanga, interior de São Paulo. O chamado “Festival de Águas Claras” foi apresentado em quatro edições: 1975, 1981, 1983 e 1984. As idéias de proclamar Paz e Amor continuaram presentes nestes eventos, mas de formas diferentes. A era hippie tinha chegado ao seu fim e os shows foram de cantores de rock 'n' roll como Raul Seixas, passando pela MPB com Gilberto Gil, forró com Luiz Gonzaga, entre outros. Foi uma variedade de ritmos, mas que passou longe de parecer com o Woodstock de 69.
Depois de tentativas frustrantes da realização do evento Woodstock no Brasil, o dono da marca Woodstock, Michael Lang, que ajudou na organização das versões de 1994 e 1999 em Nova York, pretende lançar uma versão oficial brasileira, com a produtora Ana Luiza Anjos. Após 40 anos do original cogitam a possibilidade de alegrar os brasileiros e comemorar em grande estilo. Não há confirmação de que isso ocorra, mas um local possível seria em Cachoeiras de Macacu, Rj.
O certo é que com o passar dos anos a juventude mude as tendências e as modas. E é nessas mudanças, ou como muitos alegam, falta de ideais, que esses jovens usam drogas e ficam por mais de doze horas ouvindo as batidas de música eletrônica. Uma curiosidade nisso tudo é a ligação que eles mesmos fazem dessas festas com o Woodstock, e chegam a alegar que as raves seriam uma “evolução” do evento de 69, pelas músicas, o ambiente, o amor, as drogas e a paz. Apesar de todas essas mudanças, ainda é bem visível nos mais novos as saudades de 40 anos atrás, mesmo sem ter vivido e a importância que aqueles três dias ainda tem.

Woodstock 94

Por Raphaela Curty e Caio Lemos
O Woodstock de 1994 foi a primeira tentativa de repetir o evento original de 1969, passados 25 anos. Como o primeiro, o evento ocorreu em Agosto, nos dias 12,13 e 14, em Saugerties, cidade próxima a Nova York, mas não repercutiu da mesma forma. Enquanto o dos anos 60 derrubou as cercas para o livre acesso de todos, que aproveitaram os espetáculos sem nenhuma confusão. O “genérico” cobrou mais de 100 dólares por cada ingresso e contou com um público aproximado de 250 mil pessoas, menos da metade do primeiro, e ainda terminou em confusão.
Os shows de 94 foram promovidos como: “Mais 2 dias de Paz e Música”, e o dia 12 foi adicionado posteriormente ao evento. A idéia foi boa, mas o que marcou mesmo foi a grande guerra de lama iniciada pela banda Green Day. Após o vocalista Billie botar na boca a lama jogada por um fã e correr pelo palco, a multidão começou a jogar mais, e a situação saiu do controle. As pessoas tentavam subir ao palco, até que o baixista da banda, Mike Dirnt, foi confundido por um segurança e levou um soco, perdendo vários dentes.
A parte musical do Woodstock ’94 foi, obviamente, espetacular. Por mais que alguns tenham antipatia pelas edições posteriores do evento (que de fato, perdeu a função original de confraternização entre desconhecidos e toda a filosofia por trás disso), é inegável a qualidade dos shows da edição. Muitas bandas mundialmente famosas se apresentaram ao longo dos três dias de festival, e fizeram história.
Algumas bandas do Woodstock original se apresentaram também na versão ’94 do evento, como Santana e Joe Cocker. Para sustentar o número de bandas que iriam tocar no festival, os organizadores decidiram adicionar mais um dia (12) aos dois previamente estipulados (13 e 14). No primeiro dia, Sheryl Crow foi a artista mais famosa mundialmente a se apresentar, algo não muito bem visto pela maioria do público. Porém, o dia 13 tinha muitas surpresas guardadas. Aerosmith, The Cranberries, Joe Cocker, Metallica e Nine Inch Nails balançaram a platéia com seus shows. Sem dúvidas, um dia memorável para os presentes ali, naquele momento histórico.
Para fechar o festival, o dia 14 se mostrou um pouco mais “retrô”, com as apresentações de Bob Dylan, Peter Gabriel, Santana e Paul Rodgers. O contraponto foi a presença das bandas Green Day e Red Hot Chili Peppers. O fim do show de Peter Gabriel, o último a se apresentar no Woodstock 94’, foi o ponto final em uma página histórica da música, em escala mundial.

Woodstock e a Guerra do Vietnã

Woodstock clamava pela paz, pela não proliferação de armas, e nesse período a Guerra do Vietnã já havia matado milhares de norte-americanos
Por Eduardo Sá
O texto abaixo contextualiza a situação política no Estados Unidos em relação à
Guerra do Vietnã de modo a destacar a luta pela paz em Woodstock, uma
das correntes do movimento.
O ano de 1969 nos Estados Unidos foi festejado em forma de contestação por grande parte da população norte-americana. Anteriormente, não só o mundo, mas inclusive a grande potência econômica mundial, enfrentou períodos conturbados como, por exemplo, o assassinato do candidato à presidência Robert Kennedy e do líder negro pacifista Martin Luther King; John Kennedy já tinha sido morto em 1963 quando era presidente. Era a esperança de tempos melhores indo por água abaixo no país. Esperanças de mudar o quê? Ocorre que nesse período valores relacionados à família, drogas, sexualidade, direito das mulheres, raça, dentre outros, estavam sendo questionados publicamente em todo o mundo. Ainda por cima, os Estados tinha se metido numa guerra cada vez mais sem sentido e delicada, de se retirar sem manchar sua imagem imperial; era a Guerra do Vietnã. De fato, os Estados Unidos foram surpreendidos por uma nação minúscula e miserável que resistiu à sua enxurrada armamentista, daquelas à la ficção-científica que lhes é tão singular.
E quando dói internamente, fato raro de acontecer ou omitido dos noticiários, quando milhares de patriotas morrem ou são mutilados, começa a incomodar e cogitar-se alguma disfunção na máquina que havia se metido em mais uma guerra. A prepotência transformou-se em frustração sem fundamento, já tinham usado mais bombas que em toda a II Guerra Mundial e sistematicamente morriam pessoas de ambas as partes, então manifestantes foram às ruas. Mas para compreender como isso repercutiu nos Estados Unidos é preciso primeiro entender o porquê do conflito e que lugar é afinal o Vietnã, país até então desconhecido aos olhos do mundo.
Esse pequeno país localizado na Indochina tem um histórico de total opressão que vem desde os primórdios, há mais de 500 anos, com a China e os mongóis, até se tornar, a partir de 1858, colônia francesa. Como toda lógica colonial, a França explorou sua população e os recursos naturais da região, além de entupi-los de drogas através do álcool e o ópio, tal qual no Brasil com o craque e a cocaína nas camadas populares. Até que, em 1947, o Vietnã proclama sua independência, curiosamente baseada nos princípios da constituição dos EUA, seu próximo inimigo. Isso devido à perda de força da França, pelo desgaste com a Alemanha na II Guerra Mundial e o Japão, adversário tanto da França quanto do Vietnã. Os japoneses aproveitaram para explorar a situação dominando o Vietnã, mas pouco depois são atacados em Hiroshima com a bomba nuclear e os vietnamitas, enfim, se libertam. A festa dura pouco, no ano seguinte a França volta e reivindicar sua colônia sendo amplamente financiada pelos Estados Unidos, inimigo do Japão, que a partir daí passa a ser determinante. É conflito para tudo quanto é lado e o Vietnã nesse processo encontra-se em vias de transformações sócio-culturais, comandadas pelo líder Ho Chi Min, cujo lema era simples e extremamente eficaz: plantar (arroz), estudar e guerrear. Mesmo com toda opressão os vietnamitas conseguiram culturalmente conscientizar toda a população e gerar um nacionalismo bravamente resistente independente da idade, sexo, ou o que quer que fosse.
Em 1956, tendo forte mobilização popular e grande possibilidade de Ho Chi Min subir ao poder de maneira democrática, ocorre a intervenção externa dos Estados Unidos sob alegação de subversão interna, indo contra as leis internacionais. Nessa altura já tinham conseguido dividir o Vietnã em dois, Vietnã do Norte e Vietnã do Sul. A conscientização da população nativa chegou ao ponto de incomodar o primeiro mundo que, como sempre, instalou uma democracia a sua maneira, independente dos interesses locais.
O pretexto para a intervenção americana e estopim da guerra foi um ataque vietcongue no Golfo de Tonquim em 1964. Um país inexpressivo no cenário mundial e até então praticamente desconhecido atacou as esquadras norte-americanas, que seria as mais poderosas do mundo. Eis a história oficial, ao velho estilo ocidental. A partir daí começou o genocídio.
No final das contas os Estados Unidos deu um tiro no pé, apesar de escoar todo o depósito de sua indústria bélica, pilar de sua economia. A situação foi ficando insustentável, mas os meios de comunicação deram uma mãozinha, seguiram a procissão da globalização ao distorcerem as informações, de acordo com seus interesses comerciais; afinal, não vale a pena desprestigiar o Tio Sam, portanto seu discurso foi legitimado. As conseqüências foram as piores, e deixaram seqüelas até hoje nos dois países. As baixas são inestimáveis, e a degeneração espiritual irreparável.
Essas foram algumas das razões que fizeram o povo norte-americano ir às ruas. Em 1967 estudantes fizeram a Marcha ao Pentágono, seguido de protestos na Convenção do Partido Democrata. Os Panteras Negras lutaram pela igualdade racial, jovens foram reprimidos ao se reunirem num parque que ficou conhecido como o Parque do Povo, dentre outras agitações. Até que houve o auge das manifestações, quando conseguiram aglomerar todas as discordâncias àquele sistema num só lugar, o show conhecido mundialmente até hoje como Woodstock, em agosto de 1969.
Ninguém mais agüentava guerras. Tudo o que eles queriam era dar uma chance à paz. Resistiam ao serviço militar, clamavam pela não proliferação de armas e para que a corrida armamentista cessasse a fim de harmonizar a humanidade. A paz era uma das principais bandeiras levantadas em Woodstock, junto a tantas outras. Infelizmente, até hoje os Estados Unidos são os que mais vendem armas em todo o planeta, sua indústria irradia a morte mundo afora. Nas palavras de John Reed “as guerras crucificam a verdade”. Mas, enquanto isso, o norte do hemisfério ocidental as forjam segundo seus interesses.

Woodstock 89

Por Yuri Vieira

Para comemorar 20 anos de Woodstock, foi realizado em agosto de 1989 o "Woodstock '89" no mesmo local e na mesma data, dia 15 de agosto.

O evento foi muito mais modesto do que o de 69, atraindo cerca de 30 mil fãs e com a presença de bandas modestas. Os nomes mais conhecidos foram Wavy Gravy e Al Hendrix, pai de Jimi Hendrix. Também foram três dias de programação com direito a eclipse lunar da noite do dia 16 para 17.

Na parte financeira, os responsáveis tentaram cobrar cinco dólares pelo estacionamento e algumas pessoas vendiam camisas do evento, mas praticamente foi inexistente o comércio, fato marcante nas edições 94 e 99 do festival.
Com relação a estrutura, "Woodstock '89" não foi promovido e quem chegou ao local, a princípio, achou que não haveria show, pois o palco, a iluminação e os participantes foram chegando junto com o público. Comidas e bebidas não foram vendidas e os próprios intérpretes tiveram que trazer os seus suprimentos.

Dados sobre o Festival:

* Pessoas que assistiram: 400.000
* Pessoas que dizem que foram ao festival: 1.000.000
* Assistentes esperados pelos organizadores: 60.000
* Cálculo do número de pessoas da polícia de Nova Iorque: 6.000
* Número de pessoas para as quais estava calculado o sistema de áudio: 20.000
* Ingressos vendidas: 186.000
* Pessoas que não conseguiram chegar: 250.000
* Número de habitantes do povoado de Bethel, lugar do concerto: 2.366
* Disparos de escopeta no ar, feitos pelo fazendeiro Ben Leon, chateado com o ruído do rock: 10 * Percentagem de consumidores de maconha: 90
* Portões de acesso ao festival: 2
* Preço pago a Max Yasgur para alugar sua fazenda para o concerto: $50.000
* Idade média dos organizadores do concerto: 25
* Meses de organização do festival: 6
* Pessoas que podiam ter morrido eletrocutadas por causa das torres de iluminação e som se os raios no meio da chuva as tivessem atingido: 100.000
* Número de vezes que é mais tóxica a maconha atual se comparada a de Woodstock: 10-20
* Número de mortes: 3 (uma por overdose de heroína, outra por apendicite e outra ao ser atropelado e arrastado por um trator.).
* Nascimentos no concerto: 2
* Comunicado de pessoas perdidas: 4
* Horas que tocou Richie Havens, artista que abriu o concerto: 2
* Tempo mais curto entre o final de uma apresentação e o começo da seguinte: 40 minutos, o mais longo: 120 minutos.
* Tempo para percorrer de carro a distância de 158 km entre Nova York e White Lake: 8 horas * Quilômetros de caminhada dos que abandonaram seus veículos em White Lake devido ao congestionamento do tráfego: 24
* Quilômetros entre Bethel e Woodstock: 80
* Quilômetros do congestionamento próximo ao festival: 27
* Preço da entrada por três dias: $18
* Preço de um dormitório: $1
* Preço de uma porção de pães ou 1 litro de leite: 10 cents
* Salsichas e hambúrgueres consumidos no primeiro dia: 500.000
* Preço de uma dose de ácido ou mescalina: 40 cents
* Preço de 30 gramas de maconha: 15 cents
* Preço de um tanque de gasolina: $30
* Minutos de espera para tomar banho ou para usar um banheiro: 20
* Nudistas presentes no festival: 200
* Espera para fazer um chamada telefônica: 5 minutos
* Número de telefones públicos: 60
* Telefonemas de longa distância feitos no primeiro dia do festival: 50.000 * Número de banheiros portáteis: 600
* Coletores de lixo: 0
* Ônibus enviados de Nova Iorque: 65
* Número de médicos: 18; enfermeiras: 36; Pacientes atendidos: 6.000
* Número adicional de médicos trazidos desde Nova Iorque: 50
* Casos de internação por "viagem com LSD": 400
* Casos de pneumonia: 1
* Comas diabéticos: 1
* Traqueotomias: 3
* Pessoas presas por posse de droga: 133
* Pagamento por hora dos operários que construíram o palco: $1,60
* Largura do palco: 24m
* Preço da fiança para liberar os presos por posse de drogas: $20.000
* Policiais voluntários: 150
* Número de policiais contratados fora de seu horário de serviço, por 50 cents ao dia, além de 100 comissários locais: 346
* Policiais que renunciaram no primeiro dia do concerto: 346
* Vacas que andavam soltas nos três dias do concerto, entre os assistentes: 450
* Pessoas que acamparam: 100.000
* Quilos de comida enlatada, sanduíches e frutas enviadas em helicóptero: 650
* sanduíches preparados pelo Grupo de Mulheres do Centro Comunitário Judeu de Monticello e distribuídos pelas irmãs do Convento Santo Tomás: 30.000
* Panelas de arroz com cenoura e uvas passas, preparadas pela Hog Farm Commune, no sábado às 3 da manhã: 51
* Preço avaliado em 1989 do cartaz original do concerto:$.2500
* Portadores de ingresso que tiveram o dinheiro devolvido por não conseguir chegar até o concerto: 4.062
* Preço atualmente pago por um ingresso original do concerto: 8.000
* Pessoas que se retiraram antes da apresentação de Jimi Hendrix, que foi o último a se apresentar: 320.000
* Percentagem de filhos de uniões livres na geração de Woodstock: 27%
* Estimativa original do custo do festival: $500.000
* Custo real revisado posteriormente: $2.400.000
* Cheques devolvidos dos organizadores: $600.000
* Meses entre a apresentação de Hendrix e sua morte: 13
* Meses entre a apresentação de Janis Joplin e sua morte: 14
* Número máximo de pessoas ante as quais Joe Cocker já havia se apresentado antes de Woodstock: 300
* Processos legais ao festival: 80

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Programa Oficial do Festival de Woodstock 69

.
Por Diego Augusto Gomes Barbosa

Sexta-feira, 15/08/1969

- Richie Havens - 17:07 h (abertura);
- Country Joe McDonald (solo);
- John Sebastian;
- Swami Satchadinanda ( guru Indiano);
- Bert Sommer - aproximadamente às 20:00 h;
- Sweetwater; - Tim Hardin - aproximadamente às 21:00 h;
- Ravi Shankar – apresentação foi interrompida às 22:35 devido à chuva;
- Melanie;
- Arlo Guthrie;
- Joan Baez.

Sábado, 16/08/1969
- Quill - 12:15 h;
- Keef Hartly;
- Santana - aproximadamente às 14:30 h
- Tocou "Soul Sacrifice" e aí então é que realmente começou o segundo dia de Woodstock; - Mountain;
- Canned Heat;
- The Incredible String Band;
- Grateful Dead;
- Creedence Clearwater Revival;
- Janis Joplin;

madrugada de domingo
- Sly and the Family Stone - 1:30 h;
- The Who - 3:00 h;
- Jefferson Airplane - 8:30 h.

Domingo, 17/08/1969
- Joe Cocker - 14:00 h;
- Country Joe and the Fish;
- Ten Years After - 20:00 h;
- The Band - 22:30 h;
- Blood, Sweat and Tears - 00:00 h;

madrugada de segunda feira
- Johnny Winter;
- Crosby, Stills and Nash (and Young) - 3:00 h;
- The Paul Butterfield Blues Band;
- Sha-Na-Na;
- Jimi Hendrix - às 8:30 fez a inesquecível interpretação do hino nacional americano. Jimi tocou para as 30 mil pessoas que resistiram até o final. A “Woodstock Feira de Música e Arte” foi encerrada oficialmente às 10:30 h da manhã de segunda feira,18/8/1969

Woodstock de 1969 e as Raves de 2009

Por Adriana Gomes, Solange da Silva, Gláucia Helena Vieira e Juliana Azevedo

São jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento; na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano.

As raves como um Woodstock do século XXI, apresentam como imagens fotográficas, um pouco da cultura que envolve esse cenário eletrônico e o comportamento de seus freqüentadores. O real objetivo desse trabalho é desmistificar a imagem que as festas eletrônicas adquiriram e mostrar que, assim como Woodstock na década de 60, essa nova cultura está surgindo para quebrar alguns paradigmas impostos pela sociedade.

O principal marco histórico da cultura “hippie” foi “Woodstock”, um grande festival realizado no estado de Nova Iorque, em 1969, quando jovens libertários organizaram uma festa para aproximadamente meio milhão de pessoas, e que teve a participação de artistas com diversos estilos musicais, como o folk, o “rock’n’roll” e o blues, todos de alguma forma ligados às críticas e à contestação do movimento.

Os jovens, antagonicamente aos atuais, atravessavam o rio do compromisso, defendendo diversas bandeiras: Não violência; Não à guerra do Vietnã; Contracultura; Legalização das drogas; etc. Os participantes e organizadores, foram taxados de drogados, vagabundos, e outros adjetivos pejorativos, e o local do evento foi considerado de calamidade pública pelo governo. Esses e outros tradicionais shows, atraem tantos jovens quantos os que estiveram presentes em grandes festivais de música atuais, como as raves, e o Rock'n'Rio.

A geração de 1968 ficou marcada, entre outras coisas, por seus slogans. “A imaginação no poder”, “Não confie em ninguém com mais de trinta anos”, “É proibido proibir”, “A humanidade só será feliz quando o último capitalista for enforcado com as tripas do último esquerdista”, são alguns exemplos. Esses jovens pensavam estar fazendo uma revolução política. Na verdade fizeram uma revolução sexual e comportamental. Era de ouro nas relações sexuais, quando não precisava usar camisinha...

Woodstock seria uma rave de 1969? As raves que acontecem no Brasil estão refletindo um período de mudanças muito grande. Porque nos anos 60 e 70 foi Woodstock, que representou um rompimento e uma quebra de paradigmas. Atualmente as raves são “o Woodstock eletrônico”, de cara nova, mas espelhando uma situação semelhante, de mudanças planetárias. Elas chegam como algo agressivo, porém, nada mais é do que um movimento natural - a vida. Na rave todos dançam juntos, sem necessidade de se compreenderem. A dança é livre, de acordo com o seu jeito de sentir a música. É um verdadeiro movimento musical, uma grande catarse coletiva. Woodstock rompeu com uma cultura, de educação e valores. Agora, os filhos daquela geração, estão rompendo de novo e fazendo suas próprias descobertas.
Lembrança de Woodstock... Seria uma volta? O que esse tipo de evento atrai nesses jovens? Onde estariam Janis Joplin, Joe Cocker, Jimi Hendrix? A música era marcada pela significação. Hoje o palco lembra um altar, onde o DJ (Disk Jockey) reina para o público. Não há letras, só a batida sempre igual, como uma cantiga tribal, uma espécie de mantra. O DJ mobiliza 15 mil pessoas, mas, aparentemente, elas não se importam com o que acontece naquele palco, só interessa o som. E o copo na mão. Ou o cigarro. E quem está do lado - para dançar junto, abraçar, exibir-se com malabaris, mostrar o corpo e suas habilidades. Há quem dance sozinho. Muitos parecem em transe.

Ressalta-se um fenômeno que sempre esteve presente na cultura e nos rituais xamânicos: a música. Os instrumentos musicais, como os tambores, chocalhos, sempre foram usados para induzir as pessoas ao transe, tocando o corpo de um modo que está além das palavras. O tambor associado a cânticos, sinos, e outros instrumentos criam um ambiente muito propício para o transe.

Se na época de Woodstock o laço social era marcado pela rebeldia e a música marcada pela significação, agora os jovens inventam nova forma de associação e a música não diz, apenas toca. Já imaginou juntar mais de 30 mil pessoas, em lugares distantes da “cidade grande” e, com praticamente nenhuma divulgação da mídia oficial?

O termo RAVE foi originalmente usado por caribenhos de Londres, em 1960, para predominar sua festa local. Talvez por isso nas raves se encontram boas lembranças do movimento “hippie”, principalmente pela atmosfera de “Paz e Amor”, que paira sobre as festas. E esse é o ponto forte, as coisas mais parecidas com Woodstock . Numa rave o espírito “hippie” ainda existe, como uma herança. São jovens coloridos, com rostos pintados, alegres, jogando malabaris, pulando, se tocando, sentindo o semelhante, sem qualquer sensualidade. E, por esse motivo, era de se esperar que começassem a ser estudadas pelos pesquisadores, dentro das universidades.

Quem pensava que as raves eram locais em que se pode fazer de tudo, vai se surpreender com a conclusão a que esse trabalho chegou. As raves de hoje, especialmente as mega raves, NÃO podem ser enquadradas no conceito de Zonas Autônomas Temporárias. Para muitos a palavra rave está ligada diretamente ao consumo de drogas, e é inimaginável ligar esse termo com cultura, trabalho e comportamento. Isso se deve ao fato delas não conhecerem o que é realmente uma rave, e terem a imagem distorcida das festas, graças à propaganda negativa divulgada na imprensa.

E, ao falar da festa rave, é também falar sobre seus freqüentadores, ou seja, os jovens. A juventude, dos anos 80 aos atuais, mostra a ausência de ideologias. Por coincidência ou não, o início das festas raves foi na década de 80, quando o mundo conhecia o colapso do comunismo e ascensão do capitalismo. O Brasil saia de um regime militar ditatorial, mais conhecido pela fuga dos cérebros, dos intelectuais; e quando a educação era modelada por tecnocratas.

E a liberdade, onde fica nisso tudo? Parece que ela só existe mesmo na cabeça do público. Mas, é aí que aparece o nó, porque, no fundo, não é a sensação de liberdade, a idéia de que na rave as pessoas vão poder fazer o que der na telha. O que leva tanta gente a essas festas? Como se trata de uma manifestação que foge às regras e normas, ditas sociais, possibilita que, longe da vida social do trabalho, da ordem e da lei, as pessoas entrem em contato com experiências únicas e profundas, faz com que as festas e os festivais de transe psicodélico sejam reprimidos. Mas esse “mal”, como a sociedade rotula as raves, não passa de um reflexo de medo do que é novo, diferente, e que traz em si uma expressão de rebeldia e transgressão à “ordem social” vigente. Esse fenômeno global deixa explícito que o reprimido sempre volta. E, numa sociedade que teve o corpo e a consciência reprimidos por muito tempo, o “surto” agora são as raves e seus freqüentadores.

Entre as principais diferenças de Woodstock e raves encontra-se o fato de que a "geração do milênio", ou seja, dos jovens que adentraram pelos anos 2000 iniciando suas vidas adultas, tem diante de si um futuro incerto. É uma geração sem garantias. Não sabem até quando o planeta estará vivo, ou quando haverá água pra beber. Essa geração está muito mais preocupada com o presente do que com o futuro. Está querendo viver o aqui e o agora, no famoso “Carpe Diem". A geração de 68, ao contrário, tinha o futuro pela frente, tinha projeto. E, diferente da proposta de 69, os jovens de hoje não têm uma proposta. Hoje é tudo muito mais rápido, existe a internet. Vivemos uma época de grandes mudanças. Nossa revolução cultural é a condição necessária para a revolução política.

Saiba mais: http://www.psicodelia.org/videos/raves-o-woodstock-do-seculo-xxi

Wood & Stock - Sexo, Orégano e Rock´n roll

Filme baseado nas tirinhas em quadrinhos de Angeli, foi produzido por Otto Guerra, e lançado em circuito nacional em 2006.
Por Adriana Schimit, Juliana Alcantara e Tais Veturino

Otto Guerra criou essa animação em 1978, na época com apenas 22 anos. Em 1999, quando ganhou um concurso de baixo orçamento MINC, iniciou a produção do filme, que foi um grande marco em sua carreira. Depois desse empreendimento, continuou a carreira com outros sucessos, tais como: 'As cobras', 'Nave mãe', 'Novela', 'O arraial', 'O reino azul', 'O natal do burrinho', entre outros.
Para saber mais sobre a influência do movimento de Woodstock na obra de Otto, é só ler a entrevista aqui abaixo, gentilmente cedida para o nosso blog.

Bloogstock - A princípio, o que te impulsionou no projeto do filme 'Wood & Stock - Sexo, Orégano e Rock'n Roll' ?

Otto - Admiro e me identifico com o trabalho do Angeli, então parecia natural tentar adaptar os quadrinhos do cara pra cinema. Claro, em desenho animado, que é a área onde eu atuo.

Bloogstock - O Festival de Woodstock e toda a ideologia que o cerca foi sua inspiração nessa obra especificamente? Ou é algo que você leva para outros trabalhos?

Otto - Inspirou a criação do autor (Angeli). Minha identificação tem a ver com a crítica que ele faz em relação aos fracassos, tipicamente humanos, como foi a parada do movimento "flower power" e a contracultura. Pior ainda, tentar manter esse comportamento no mundo de hoje!

Bloogstock - Na sua opinião, o que do momento que a gente vive hoje culturalmente tem de igual com 69?

Otto - Tudo, esse nossa civilização judaico-cristã ocidental segue consumista, imediatista e individualista (cada vez mais, aliás). Ou nada; na época diziam "o sonho acabou" e acabou mesmo.

Bloogstock - Como você define os personagens Wood e Stock?

Otto - Dois velhos decadentes equivocados e felizes no seu mundo retardado, onde serão crianças para sempre.

Bloogstock - Ainda nos dias de hoje podemos classificar como ousada a iniciativa de se fazer um filme de animação visual no Brasil. Como você analisa essa atual fase do cinema nacional que traz o jovem cineasta com as mesmas questões de violência urbana?

Otto - Acho que o desenho animado brasileiro atual não contempla de um modo geral a violência urbana. O "Wood & Stock", por exemplo, trata de amor livre, regado a orégano e rock'n'roll.

Bloogstock - Essa violência seria o grande entretenimento das massas na atualidade?

Otto - O tema violência sempre esteve presente em qualquer manifestação cultural humana.

Bloogstock - Atualmente a animação visual tem tido uma ótima repercussão em festivais como, por exemplo, o Anima Mundi, que acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo. Mas, apesar da grande aceitação do público e crítica, dificilmente esses filmes entram em cartaz no grande circuito. Como você avalia o espaço concedido para o entretenimento do lúdico, da animação no Brasil?

Otto - A animação, como o cinema brasileiro, precisa vir a ser uma indústria e justificar uma ampla distribuição nacional e internacional. Infelizmente, no Brasil, quando surgiu a televisão, em meados dos anos 50, a indústria cinematográfica, equivocadamente, não se associou a ela. Pelo contrário, o cinema tratou a incipiente televisão como uma possível futura concorrente. Como se sabe, a televisão no Brasil surgiu a partir de empresas de radiodifusão e a rivalidade entre cinema e televisão no Brasil segue até os dias de hoje!

Bloogstock - É uma questão de mudança cultural? Temos que aprender a apreciar também as animações brasileiras, já que as internacionais são sempre bem-vindas nas grandes salas de exibição?

Otto - Precisamos primeiro fazer nosso cinema de animação. Estamos engatinhando ainda, mas esse momento é o melhor de toda a história do cinema de animação no Brasil. Existe uma simpatia muito grande dos órgãos públicos, que regulamentam o audiovisual em nosso país, e um "boom" espontâneo de produção em virtude da era da informática.

Bloogstock - De acordo com algumas publicações na época do lançamento do filme, a palavra "sexo", que constava no subtítulo, ocasionou diversas desistências de possíveis investidores - mesmo levando em consideração que a obra de Angeli é nacionalmente conhecida. Na sua opinião, o empreendedor brasileiro ainda teme por ter o seu nome associado a uma imagem "mais descolada"?

Otto - Não só no Brasil, mas em todo o mundo. Estive num festival internacional de cinema animado na Itália e eles ficaram espantados com o fato de um filme ter no nome "Sexo, Orégano e Rock'n'roll" e ser patrocinado com dinheiro público. Disse-lhes que o Brasil é um dos países mais avançados em práticas de incentivo cultural no mundo atual.

Bloogstock - Existe algum projeto para uma continuação do filme? Quais são seus planos para o próximo ano?

Otto - Estamos produzindo um filme chamado "Fuga em ré menor para kraunus e pletskaya", baseado numa peça de teatro chamada "Tangos e Tragédias", uma comédia musical ligeira, mas com um profundo questionamento sobre a aculturação. Começamos no final de 2006 e pretendemos finalizar em meados de 2010. Quanto ao 'Wood & Stock II' ainda não cogitamos a hipótese.

Sinopse do Filme: “Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n Roll”

No réveillon de 1972, na casa de Cosmo, os então jovens Wood, Stock, Lady Jane, Rê
Bordosa, Rampal, Nanico e Meiaoito vivem intensamente suas existências hippies.
Trinta anos depois, os personagens sentem o peso do tempo passado em suas
realidades adultas. Para tentar retomar os velhos tempos, eles promovem um
reencontro de sua antiga banda de rock.
Vozes principais: Zé Victor Castiel
(Wood), Sepé Tiaraju de Los Santos (Stock), Rita Lee (Rê Bordosa), Tom Zé
(Raulzito), Michele Frantz (Sunshine), Felipe Mônaco (Rampal e Rhalah Rikota),
Janaína Kremer (Lady Jane), Léo Machado (Meia Oito), Antônio Falcão
(Skrotinhos), Otto Guerra (Dr. Kosseritz), Heins Limaverde (Nanico), Julio
Andrade (Overall) e Geórgia Perck (Purpurina). Produção: Otto Desenhos Animados
Gênero: Desenho Animado. Tempo: 81 minutos. Lançamento: 12 de outubro
de 2006. Classificação etária: 16 anos.

O Mundo em 69

Por Arley Macedo da Silva

O ano de 1969 foi, certamente, um dos que mais apresentou mudanças políticas sociais e culturais nos últimos tempos. A muitas formas de se tentar apresentar uma nova visão de humanidade dividiram muitos países e geraram conflitos diplomáticos e bélicos.

Um dos grandes acontecimentos desse ano foi o Festival de Woodstock, que pretendia ser apenas de um festival musical, mas que, no final das contas, deu também sua contribuição política, por ter fugido do contorno puramente cultural.

As ações políticas de Estados e as ações de grupos rebeldes davam o tom da época. Os confrontos eram, muitas das vezes, iniciados por causas totalmente legítimas, mas em seu decorrer, os ideais se perdiam por conta do grande fluxo de possibilidades de pensamento e de novas propostas que a todo tempo surgiam.

Esse grande fluxo de possibilidades de visão de mundo, num primeiro momento, pode parecer saudável, pois possibilita a diversidade, no entanto a prática corrente não reafirmava essa tendência. O ponto de dissonância era exatamente a maneira como se tratavam as diferenças, os grupos políticos revolucionários, organizações religiosas, milícias paramilitares, além dos grupos se colocarem contra a ordem instaurada, com total aversão a tudo o que não fosse delimitado por seus valores e ótica. Numa primeira análise, esses grupos buscavam o lugar do opressor, e não a liberdade para o oprimido.

Essa busca de novas formas de humanidade por certo ocasionou avanços na sociedade mundial, seja no campo político ou no campo tecnológico. Não podemos deixar de enquadrar a ida do homem à lua como parte desse avanço, ainda mais por ter acontecido neste mesmo ano. As reorganizações na política do Oriente Médio certamente foram frutos desse fluxo de novidades no pensamento e busca de liberdade. A nomeação de Golda Méier para o cargo de Chefe do Estado de Israel, a criação da ditadura islâmica por Muammar Kadafi, a eleição de Yasser Arafat como líder da OLP (Organização para Libertação da Palestina), e as conseqüentes mudanças no tom com o qual o Oriente passou a se dirigir ao Ocidente foram as raízes da política daquela região tal como a conhecemos hoje.

O Brasil também teve suas agitações em 1969, depois dos arrochos e conturbações de 1968, que deixou todo um legado, uma série de questões a serem discutidas, principalmente a guerrilha urbana, que perdia para a ditadura seu mais ativo militante Carlos Marighela, que dois meses antes de ser morto, foi peça importante no seqüestro do embaixador norte-americano no Brasil, exigindo a libertação de seus companheiros presos pela ditadura.

Essas e outras ações políticas, movimentos de guerrilha e extremismos religiosos, na verdade tinham algo em comum com Festival de Woodstock, por mais estranho que possa parecer - ambos queriam mudanças! O que difere um ideal do outro é a forma como se tratava a diferença desses movimentos puramente políticos. O que se podia notar era uma aversão ao estabelecido por suas sociedades. Em Woodstock havia espaço para simplesmente privilegiar as diferenças, sem que nenhuma delas representasse ameaças entre si ou para as diferenças que não estavam representadas ali. A grande contribuição desse festival foi apresentar as diferenças como algo inerente a sociedade humana - Aprender a respeitá-las ou centenas de outros conflitos continuarão surgindo e consumindo a vida dos jovens desse e dos próximo tempos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Depois de 40 anos de Woodstock

Aqui todos vão saber o que aconteceu com algumas bandas que participaram do Festival de Woodstock em 1969.

Por Tatiana Souza, Tábata Uchoa, Lara Voges e Bruna Mayor

Depois de 40 anos, muita c oisa mudou, alguns continuam na ativa, outros decidiram deixar a carreira de lado e há aqueles que "partiram dessa para melhor" (ou pior!)

Confiram o destino das bandas e cantores:

ARLO GUTHRIE
Guthrie nasceu em 1947 em Nova Iorque, e é filho do cantor e compositor de folk Woody Guthrie. Ele cresceu cercado por vários músicos e dançarinos como Pete Seeger, Ronnie Gilbert, Fred Hellerman e Lee Hays (The Weavers), Leadbelly, Cisco Houston, Ramblin' Jack Elliott, Sonny Terry e Brownie McGhee, e todos eles serviram de inspiração e influencia para sua carreira musical. Seu primeiro show foi aos treze anos e logo ficou envolvido com a cena musical dos anos 60.
Ele presenciou a transição da música e de uma geração anterior de cantores de baladas, como Richard Dyer-Bennet, para uma nova era; com cantores e compositores como Bob Dylan, Jim Croce e Joan Baez. Sua canção mais famosa é “Alice’s Restaurant”, que dura 18 minutos e 34 segundos na sua versão original e foi lançada em 1967. A música é um protesto contra a guerra do Vietnã e deu origem a um filme de mesmo nome.
Como suas músicas eram muito longas, ele foi banido de muitas rádios, mas fez uma apresentação memorável no festival de Woodstock.
Após participar do festival de Woodstock, Arlo continuou sua carreira e, em 1976 o seu álbum “Amigo” recebeu cinco estrelas da Rolling Stones, sendo provavelmente o seu trabalho mais bem recebido. Em 1975, durante um concerto beneficiente em Massachusetts, Arlo e sua banda tocou Shenandoah em público pela primeira vez. Eles chegaram a fazer um tour e tocaram juntos dos anos 70 até um pouco antes dos anos 90. Apesar de terem um bom desempenho, a banda não teve tanto sucesso quanto Arlo teve tocando solo. E assim eles acabavam tocando muitas das músicas de Guthrie, que eram as mais pedidas.
Além de cantor e compositor, Arlo também se arriscou como ator. Ele fez aparições em diversos filmes, e ficou mais conhecido por sua atuação no filme “Alice’s Restaurant”. Também co-estrelou um drama feito para a televisão chamado “Birds of Paradise”.
Link para Arlo Guthrie tocando “Alice’s Restaurant”: http://www.youtube.com/watch?v=b8DtpdXZi0M

BERT SOMMER
Bert Sommer nasceu no dia 7 de fevereiro de 1949. Ele era um músico americano que começou a carreira sendo vocalista de uma banda de rock barroca, compondo músicas para a banda The Vagrants e gravando um compacto simples em 1967, chamado And Suddenly/Ivy, Ivy. Graças a esses trabalhos no início da carreira, Berto Sommer foi descoberto pelo empresário Dominic Sicília, e em novembro de 1967 fez a sua primeira apresentação de divulgação do álbum Road to travel, gravado em 1968.
Além disso, Bert participou de um teste para o elenco do musical Hair, da Broadway. Bert Sommer era amigo do produtor musical Artir Kornfeld, que estava por trás das preparações do Festival de Woodstock, que ajudou Bert a subir no palco do grande festival. Ele tocou no primeiro dia, mas a sua carreira não teve grandes sucessos. Bert Sommer morreu no dia 23 de julho de 1990.

Blood, Sweat & Tears
Blood, Sweat & Tears foi formada em Nova Iorque em 1967, por Al Kooper, Jim Fielder, Fred Lipsiues, Randy Brecker, Jerry Weiss, Dick Halligan, Steve Katz e Bobby Colomby. No ano seguinte, Al Kooper deixou os companheiros levando consigo o saxofonista Randy Brecker. Poucas semanas mais tarde, a banda gravou seu álbum de estréia, "Child Is Father To The Man", que foi lançado em junho do mesmo ano.
A banda passou por muitas mudanças nesses 40 anos de existência e teve vários nomes em sua formação, tais como Chris Albert, Don Alias, Dave Bargeron, Randy Bersen, Randy Brecker, Forrest Buchtel, Bruce Cassidy, Bobby Colomby, Jim Fielder, Barry Finnerty, Vern Dorhge, Bobby Economou, Joe Giorgianni, Dick Halligan, Jerry Hyman, Steve Katz, Steve Khan, Tony Klatka, Fred Lipsius, Tom Malone, Lou Marini jr, Richard Martinez, Ron McClure, Jaco Pastorius, David Piltch, Robert Piltch, Earl Seymour, Mike Stern, Neil Stubenhaus, Lew Soloff, Bill Tillman, Georg Wadenius, Jerry Weiss, Larry Willis, Chuck Winfield, David Clayton-Thomas, Al Kooper, Jerry Fisher, Jerry LaCroix.
A grupo atualmente conta com cinco artistas - Steve Jankowski, Bobby Colomby, Teddy Mulet, Jeff Lorber e Jens Wendelboe; sendo que apenas Bobby restou da formação original. Os integrantes garantem que não deixaram sua essência de lado e continuam apostando no misto de jazz, rock e uma pitada de música eletrônica. Afirmam ainda que continuam sendo um sucesso para o público da nova geração.

Site oficial: http://www.bloodsweatandtears.com/index.html

CANNED HEAT
O grupo ganhou espaço na história do rock com a sua participação no Monterey Pop Festival em 1967, onde também tocaram artistas como Jimi Hendrix, Janis Joplin e The Who. Em seguida, participaram do Festival de Woodstock em 1969, e foi depois disso e do lançamento de seu segundo disco que a banda realmente estourou.
Fundada por Alan Wilson e Bob Hite, a banda era formada também por Henry Vestine, Larry Taylor e Adolfo de la Parra. O nome Canned Heat foi dado por Bob Hite, a partir de um álbum gravado por Tommy Johnson, em 1928.
O segundo álbum “Boogie with Canned Heat” foi o maior sucesso comercial da banda, principalmente pela música “On the Road Again”.
O grupo tocou por dois dias no Fillmore East, em Nova Iorque, antes de tocarem em Woodstock em agosto. A música “Going up the Country” se tornou praticamente um hino do festival e foi incluída no CD triplo de Woodstock, mas infelizmente pouco antes da liberação de Woodstock – O Filme, a Warner reduziu doze minutos do original, e as apresentações de Canned Heat e Jefferson Airplane foram cortadas. Algum tempo mais tarde foi lançado um “novo” filme de Woodstock sem esses cortes, e a performance da banda pôde finalmente ser apreciada.
Em 1970, com a morte prematura de Alan Wilson, aos 27 anos, a fase clássica da banda chega ao seu final. Ainda há controvérsias sobre a causa da morte, fala-se em overdose de drogas, e que poderia ter sido suicídio.
A formação da banda passou, então, por diversas mudanças e o irmão de Bob, Richard Hite, entrou em 1971. O Canned Heat continuou tocando e, em 1981, perdeu o seu outro fundador, Bob Hite, que morreu de ataque cardíaco após uma apresentação. As mortes não param por aí e Henry Vestine morreu em 1997, na França ao final de uma turnê européia.
Com todas essas mortes o Canned Heat está sob a liderança de Adolfo de la Parra, e seu último álbum, intitulado Friends in the Can, foi lançado em 2003. A banda continua na ativa e sempre será lembrada por seus sucessos das décadas de 60 e 70.

CARLOS SANTANA
Em 1961, o então desconhecido Santana se mudou do México para San Francisco (EUA) e lá, pouco tempo depois, fundou a Santana Blues Band. Ele tocou em várias casas de sucesso em sua turnê e virou um fenômeno com a sua incrível performance no festival de Woodstock. Desde então ele nunca diminuiu o ritmo.
Na época do festival o grupo era formado por: Carlos Santana na guitarra, Gregg Rolie nos teclados e voz, David Brown no baixo, Michael Shrieve na bateria, Jose Áreas e Michael Carabello na percussão. Eles estavam lançando o álbum intitulado “Santana” e na turnê de divulgação passaram por Woodstock, fato que aumentou muito a popularidade do guitarrista.
Após 1971 a banda se desfez e desde então Santana contou com a participação de vários artistas para continuar sua turnê. Em 1977 tocou com outra personalidade do Festival de Woodstock, Joan Baez, na “Soledad Prision”. Entre os artistas com os quais Santana já fez parceria estão Steven Tyler, Shakira, Tina Turner e Eric Clapton.
Membro do “Hall da fama do Rock and Roll” Santana já vendeu mais de 90 milhões de álbuns e já ganhou dez Grammys. O álbum Supernatural, de 1999, foi um fenômeno de vendas e bateu o recorde de nove Grammys. A música “The Gama of Love”,do álbum Shaman, também recebeu um Grammy. São inúmeras as premiações de Santana, e em 2004 ele recebeu o prêmio “Person of the Year” da Latin Recording Academy.
Santana tem também uma longa história no ativismo social contribuindo com seu tempo, e também com fundos, para causas humanitárias. Ele fundou, junto com sua esposa Deborah Santana, a Milagro Fundation em 1998. A Milagro apóia organizações promovendo o bem-estar de crianças nas áreas de saúde, educação e artes.
Em 2006 ele esteve no Brasil e fez shows nas principais cidades brasileiras. No mesmo ano, Santana participou do “Rock in Rio Lisboa”, na mesma noite em que Roger Waters se apresentava.
Em uma declaração sobre as novas edições do Festival de Woodstock, Santana disse que apenas em 1969 houve um festival. As outras edições, segundo ele, não passaram de um evento para promover campanhas de bebidas alcoólicas.

Creedence Clearwater Revival
Mesmo antes de acontecer o festival de Woodstock, a banda já tinha o reconhecimento do público e da crítica. Mas foi após sua apresentação no evento que o grupo ganhou ainda mais força e, em 1970, lançou o compacto "Travellin' Band/Who'll Stop the Rain" e, através dele, conquistou o seu quinto disco de ouro e fez sua primeira turnê pela Europa.
Após cinco discos de platina e oito de ouro, em 1971, Tom Fogerty abandona o grupo para seguir carreira solo. Os outros integrantes decidem continuar como um trio, começando uma grande turnê pelos EUA e logo em seguida uma pela Europa. É lançado o décimo primeiro disco, "Sweet Hitch-Hicker / Door to Door", que ainda atinge o topo das paradas.
Em seguida, o disco de maior sucesso é lançado “Cosmo's Factory”, que vende mais de três milhões de cópias. Porém, no final de 1972, a banda anuncia seu fim. Apesar disso, todos os membros voltaram a tocar juntos em um projeto solo de Tom Fogerty em 1974.

EDGAR WINTER
Edgar Winter começou a carreira muito jovem, ao lado do irmão Johnny Winter. Suas músicas incluíam gêneros como jazz, blues, rock e pop. Além de cantor, Edgar compôs diversas músicas e coleciona mais de 20 álbuns durante seus anos de carreira.
O artista fez diversas participações em programas de TV, inclusive dando opiniões sobre política. Seu mais recente trabalho é um DVD, em que pode ser encontrado também um documentário de 30 minutos com o "modesto" título: "Edgar Winter: The Man and His Music".
Hoje, com 64 anos, vive em Beverly Hills com sua esposa e a cadelinha. E acreditem, o cara continua a se apresentar por aí!
Site oficial: http://www.edgarwinter.com/
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JANIS JOPLIN
Logo após sua participação no festival de Woodstock, Janis Joplin formou um novo grupo, com mais influências de blues, e lançou um novo disco – “I Got Dem ‘Ol Kozmic Blues Again, Mama”, em setembro de 1969. O resultado do álbum na mídia foi diversificado nos EUA, mas na Europa o trabalho foi integralmente aclamado pela crítica. Com o novo trabalho e as novas turnês, Joplin, que havia deixado as drogas em 1968, voltou a ser usuária da heroína e a consumir álcool excessivamente. Para ela, as substâncias aumentavam o poder artístico de criatividade e ajudavam a enfrentar os problemas da depressão que a artista possuía. Finalmente, Janis Joplin reconheceu que precisava de ajuda e então, parou mais uma vez de usar drogas. Nesta época, ela formava a terceira banda de sua carreira, o “Full Tilt Boogie Band”, que trazia sons mais populares e profissionais. Durante este período, Joplin sentia que havia finalmente encontrado o seu estilo único de tocar blues e, enquanto gravava seu próximo disco “Pearl”, em 1970, ela voltou a usar heroína. Janis Joplin morreu no mesmo ano, de overdose, aos 27 anos. A artista nunca chegou a ver seu disco lançado. Mesmo com sua morte, o trabalho foi realizado e em 1971 chegou às lojas. O álbum ganhou disco de ouro, platina e platina triplo. Seu disco de melhores músicas – “Greatest Hits” – ainda atinge os primeiros lugares da lista da Billboard. Muitos álbuns foram lançados após sua morte, assim como muitos documentários de TV foram realizados. Atualmente, sua história é enredo para dois projetos de filmes contando sua biografia.
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JOAN BAEZ
Joan “apareceu” no Festival de Newport em 1959 com apenas 18 anos, sendo a grande revelação do festival. Depois disso lançou um disco que teve um sucesso moderado e que chamava atenção pelo ótimo repertório, mas os seus próximos discos “Joan Baez Vol. 2” e “Joan Baez in Concert”, lançados respectivamente em 1961 e 1962, ganharam discos de ouro. Desde cedo o seu engajamento na política se refletia em suas canções, que muitas vezes eram canções de protesto. Aos poucos a cantora folk se tornou uma celebridade e ficou muito conhecida no meio estudantil e político, além de participar de inúmeros festivais. O namoro com o cantor e compositor Bob Dylan, que terminou em 1965, trouxe também uma parceria musical e muitas composições de seu namorado foram parar em seus shows e discos. Foi assim que Joan ajudou a promover a carreira de Dylan. Pouco antes de estourar no festival de Woodstock, Joan se casa com o militante e pacifista David Harris, o que é mais um fato a se refletir em sua vida musical. Antes de começar a sua apresentação em Woodstock, Joan faz um grande discurso contra a guerra do Vietnã, e sobre seu marido, que estar preso por resistência à guerra.
O seu último CD foi lançado nos Estado Unidos em setembro de 2008 e se chama “Day after Tomorrow”. Também foi muito comentado o apoio que Joan deu a Barack Obama nessas últimas eleições presidenciais. Joan gravou mais de 50 álbuns e suas viagens pelo mundo inteiro repercutem tanto musicalmente quanto pelo respeito que Joan tem aos direitos civis, e é considerada um exemplo de cidadã. Atualmente ela mora na Califórnia com sua mãe, que tem 93 anos, em uma confortável casa com muitas plantas e verde.
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JEFFERSON AIRPLANE
O maior lançamento da banda foi no ano seguinte ao do festival, em 1970, também marcado pela saída do vocalista Martin Balin. Em 1973 o Jefferson Airplane lançou seu segundo álbum ao vivo, contando com uma nova formação e no ano seguinte, uma coleção chamada “Early Flight” foi o último disco oficial da banda. Em 1996 o Jefferson Airplane entrou para o “Hall da Fama do Rock and Roll”. Algumas compilações e remasterizações foram lançadas após isto, sendo a última em 2005, “The Essencial Jefferson Airplane”.
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JOE COCKER
Após o festival de Woodstock, como muitos de seus contemporâneos, Joe Cocker teve uma série de complicações por conta do uso de drogas e álcool. Esta situação acabou atrapalhando a carreira do artista, que só retornou aos palcos na década de 80. Cocker obteve enorme sucesso e reconhecimento da mídia e se manteve assim até os anos 90, eternizando canções como "Up Where We Belong", "You Are So Beautiful", "When The Night Comes" e "Unchain My Heart". A música “Unchaim My Heart” teve maior sucesso no Brasil, por ter sido tema da novela “Sassaricando”, da Rede Globo. Além desta canção, o reconhecimento de Cocker na TV brasileira contou com muitas outras, sendo autor do tema de abertura da série “Anos Incríveis”, e a regravação do sucesso “Never Tear Us Apart”, da banda INXS, fez sucesso como trilha sonora na novela “Coração de Estudante”, da mesma emissora. No ano de 2007, Joe fez uma participação especial no musical “Across the Universe”, quando cantou “Come Together”, dos Beatles.
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JOHN SEBASTIAN
John Sebastian nasceu no dia 17 de março de 1944, em Nova York. Durante toda a infância, John foi influenciado pelos pais, que costumavam freqüentar o Greenwich Village e eram envolvidos com música. John não surpreendeu quando tornou-se membro da Even Dozen Jug Band, tocando guitarra e outros instrumentos. Durante a juventude trabalhou com grandes nomes como Fred Neil, Tim Hardin, Mississipi John Hurt, Judy Collings e Bob Dylan. John participou de vários festivais, inclusive Woodstock, e passou a fazer trilhas para filmes dos diretores Francis Ford Coppola e Woody Allen. Nas décadas de 70 e 80, gravou novas canções, agradando seus fãs e conquistando admiradores. Em 1993, John lançou um livro para crianças e até hoje está envolvido com música. Recentemente, John passou a fazer parte de um grupo de compositores em Washington, para fazer campanha em prol da National Musica Publisher's Association. Hoje em dia, podemos ouvir suas músicas em filmes, programas de tv, além de programas de rádio e documentários. Ainda costuma tocar com a John Sebastian and the J-Band.
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MELANIE SAFKA
Cantora e compositora, sua música foi reconhecida primeiro na Europa, principalmente na França onde “Bobo’s Party” ficou nas paradas de sucesso por várias semanas. Foi no mesmo ano, 1969, que Melanie participou do festival de Woodstock. Há rumores de que, por ser “desconhecida” até então, Melanie teve que apresentar sua carteira de motorista e dar uma “canja” do seu hit “Beautiful People” na entrada para provar quem era, já que nem crachá de artista ela tinha. Dizem também que ela só se apresentou por ser amiga do produtor Lang. Melanie compôs a música “Lay Down (Candles in the Rain)”, de grande sucesso nos Estados Unidos e na Europa, inspirada por seu show em Woodstock, quando inúmeras velas foram acesas. Mais uma curiosidade sobre a participação de Melanie em Woodstock é que ao perceber que tocaria para uma multidão, ela ficou muito nervosa e com uma forte crise de tosse. A tosse era tão alta que uma vizinha da barraca ao lado lhe mandou uma xícara de chá calmante. A vizinha em questão era ninguém menos que Joan Baez. Desde a sua apresentação em Woodstock, Melanie vem lançando ao menos um disco por ano, e a maior parte desses álbuns foi produzido por seu marido, Peter Schekeryk, com quem teve dois filhos.