Foto: Arquivo pessoal do artista
Com mais de 39 anos de carreira, carregando um “brasileiríssimo som” dentro dos seus acordes e batucadas, Moraes Moreira configura para várias gerações, um plantio do manancial criativo com sua música, seu arrojo e seu refinado talento em solo pátrio.
O seu manifesto de compromisso com a cultura musical brasileira nos anos 70, veio da coalizão com uns amigos numa espécie de “centrífuga de criação”, “100% baiana”, que logo em seguida formaram a família-equipe-parceria, “NOVOS BAIANOS”.
Sendo Tom Zé um dos seus pilares da intimidade com o violão, Moraes traz uma sinfonia de voz “elétrica” numa melodia de induções pela arte instrumental em que os instrumentos que ele domina, afinaram seu legado como artista.
Citose direta da geração “Woodstock”, Moraes pontua nesta entrevista, como o festival de “Woodstock” influenciou os músicos brasileiros a chacoalharem um resquício da farsa repressiva de um governo ainda liquidado.
Bloogstock - De que maneira o Woodstock, naquela época, chegou ao seu conhecimento, visto que, os canais de comunicação do Brasil não davam aberturas suficientes para o intercâmbio cultural entre os países e os “Novos Baianos” estavam numa inspiração constante ?
Moraes - As Informações chegavam, não com a velocidade de hoje em dia, mas chegavam. Sabíamos de tudo que aconteceu em Woodstock, as loucuras do nosso ídolo Jimi Hendrix, a participação de outros grandes artistas a galera bonita e libertária que servia de referência para nós aqui no Brasil. Lá nos Novos Baianos éramos uma versão brasileiríssima disso tudo e apesar da censura, da tortura e do exílio, tentávamos com muita coragem e talento mudar a cara daquele triste Brasil. Acho que a nossa luta não foi em vão.
Bloogstock - Ao longo de sua carreira houve alguma letra que você tenha feito inspirado no Festival de Woodstock ou nos músicos que tocaram no Festival ?
Moraes - Talvez não tenha nenhuma que cite a palavra Woodstock, mas, com certeza foi um momento marcante que nos motivou e influenciou bastante nas composições que surgiram naquele momento.
Blogstock - No Rock in Rio 1, você, Baby, Pepeu tocaram para uma platéia de mais de 40 mil pessoas...que de um certo modo, os brasileiros estavam ainda sob uma forte veia da contra-cultura e exigindo mudanças ( até hoje permanecemos assim rs..) O Rock in Rio I, na sua óptica como músico, fez uma alusão ao "Festival de Woodstock" ?
Moraes - Com certeza, queríamos ter o nosso festival, e o Rock in Rio representava isso, esse espírito. Lembro com saudade da minha apresentação e meu momento marcante foi quando Davi ( meu filho ) com apenas 12 anos, entrou no palco e solou brasileiro diante daquela multidão.
Saiba mais sobre Moraes Moreira: www2.uol.com.br/moraesmoreira
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